sábado, 30 de abril de 2011

A RESPONSABILIDADE DOS ÍDOLOS

O gol é sempre a apoteose de um jogo de futebol, o momento mais esperado, mais sonhado, mais celebrado. Até aí nenhuma novidade, mas trocando idéias com amigos no facebook, li um comentário muito oportuno de Marilene Dabus . Ela se referia à falta de respeito total de alguns jogadores na hora de comemorar os gols. Dizia ela que agora eles cantam e dançam uma tal de “encosta nela e sarra”, com trejeitos e gestos da não menos abominável dança do créu. Enfim, Marilene levantou uma questão que há algum tempo vem acontecendo nos gramados, nos estádios de todo o Brasil e vista por milhares de pessoas, crianças, idosos, adolescentes.....Desde que Pelé imortalizou o soco no ar para celebrar um gol, a forma de comemorar dos jogadores, geração após geração, vem mudando: tem cambalhota, rastejo de pantera, sambadinha ou simplesmente correr para o abraço. É a hora em que todas as lentes, câmeras, máquinas fotográficas, celulares e sabe-se lá mais o quê, registram o momento mais importante; é o ponto de mutação em que nasce um ídolo; em que um jogador aparece pro mundo, se consagra, vira referência para a garotada. E é justamente nessa hora que o candidato a ídolo resolve “comemorar” com gestos grosseiros, numa coreografia que ignora qualquer noção de valor, de educação? Caramba!!!Tá bom, tá bom, já sei que os patrulheiros de plantão, vão me chamar de ultrapassada, de não acompanhar os conceitos do século XXI; de quadrada, atrasada.....Mas me perdoem os meus críticos: isso nada tem a ver com moralismos. Isso tem a ver com uma cultura de respeito e, seja lá qual for a Era em que vivemos, respeito é sempre respeito, não muda munca. Que o mundo está banalizado a gente sabe e sente no nosso dia a dia, ao ler manchetes de jornais em que pais estupram filhos; filho mata os pais;homens violentam idosas, mães jogam fora seus bebês; assassinos promovem massacres em escolas e por aí vai...Pensando nessas barbáries, até que as comemorações pornográficas dos jogadores acabam parecendo inocentes brincadeiras de jardim de infância. Mas é aí que entra a questão. Não seria hora de nossos “ídolos do futebol” aproveitarem o momento de maior visibilidade, para usar a criatividade e mandar um recado mais proveitoso, uma mensagem "do bem", a favor de causas nobres, já que estão sendo vistos por milhares de pessoas? Portanto amigos, não é puritanismo. O gesto que choca, que agride, bem que poderia ter outra conotação. Que tal usar a visibilidade daqueles 15 ou 20 segundos , ao vivo, via satélite, para o mundo inteiro, e fazer o que se espera de quem forma opinião, de quem é referência, de quem é espelho, de quem é ídolo de verdade? Como dizem os amigos da facebook, não se fazem mais Zicos como antigamente.