quinta-feira, 26 de abril de 2012

VALE TUDO



Bem. Depois de um recesso forçado, aqui estou eu novamente para ocupar esse espaço no nosso Jornal de Itaboraí. E retorno num dia especial , porque escrevo logo depois do apito final de Internacional e Fluminense, no Beira Rio. Quem , como nós, já se acostumou a ver os jogões da liga dos campeões, do campeonato espanhol e outros na Europa, se pergunta se estamos falando do mesmo esporte quando assiste a um clássico do futebol brasileiro. Lá, no velho continente, a bola rola, calma, tranquila, sem faltas, truculências. O jogo é na bola. Aqui, especialmente no jogo do Beira Rio, foi um festival de brutalidades, com jogadas de alto risco, entradas desleais, socos, pontapés, carrinhos criminosos, daquelas que podem inutilizar um craque. A cada segundo um apito, uma falta, um cartão, uma reclamação....Ufa, estamos falando do quê mesmo? Ah sim, é futebol. Mas onde estão as jogadas ensaiadas, o toque refinado, o lançamento, o toque de efeito? É meu amigo, não há nem tempo, nem espaço pra isso no nosso futebol. E, infelizmente nossos técnicos precisam urgentemente ensaiar jogadas à prova de violência. Jogador tem que acertar o passe, a cabeçada, o chute, o gol, mas pra isso é necessário saber driblar a pancadaria que se vê, principalmente quando times grandes como Inter e Flu se enfrentam. A impressão que se tem é de que o único jeito de parar o adversário é mesmo a porrada. Sabe aquele zagueiro ou volante que tira a bola limpinha, se antecipa num lance, sem nem tocar o adversário? Pois é. Pode esquecer...Isso é coisa do passado. Do tempo em que o futebol era jogado por um Leandro, um Mauro Galvão, um Gamarra, que conseguiu passar uma Copa do Mundo inteira sem fazer uma falta sequer...A verdade é que , na ausência de recursos, o jogo fica feio, truncado, pegado demais, parado demais. Quem perde é quem paga um ingresso caro para ver o que deveria ser um espetáculo. Não sei nem quantas faltas foram marcadas ( fora as que o juiz não apitou) , mas com certeza foi o anti-jogo que prevaleceu. Quem jogou mais? Ninguém. Quem bateu mais? Todos. E também deu empate nesse quesito. Uma pena. O futebol brasileiro já foi mais classudo, mais bonito de se ver, mais leal. Ao final da partida vi jogadores trocando camisas, se abraçando, dividindo afagos...E pensar que minutos antes estavam se matando, distribuindo botinadas, sem pensar nas consequências de machucar seriamente um colega. É preciso pensar em punições mais rigorosas, que sejam capazes de inibir tanta violência. Do contrário, o nosso futebol vai ser disputado em octógonos, onde vale tudo.
coluna publicada em 27-04-2012

segunda-feira, 23 de abril de 2012

acabei de ver uma longa entrevista do tom jobim na tv cultura, num link que publicaram no face. a entrevista era de 1993 e ele parecia não acreditar em mais nada na vida. num determinado momento disse até que detestava música, que não aguen...tava mais. e disse tb que a ipanema que ele cantou de decantou ficou só na imaginação. acho que essa casa podia bem estar na lembrança dele. um ano depois da entrevista(1994) ele nos deixou. acho que se fosse vivo hoje estaria triste demais com o que se vê pelo mundo. as barbáries, a corrupção, o desrespeito à natureza, a covardia com os animais, a pressa que nos impõe a tecnologia. acho que Tom foi poupado disso aqui.Ver mais
RUA PRUDENTE DE MORAIS 1928 ESQ. C/ MARIA QUITERIA