quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

PRESENTE DE NATAL

Escrevi uma longa carta para o Papai Noel nesse natal. Tive essa idéia depois de ver o Barcelona jogar, ignorar e golear o Santos. Confesso que não sei se Papai Noel vai ter condições de me dar esses presentes, mas apesar de toda a dificuldade que ele vai ter, tenho esperanças de que ele consiga realizar e materializar meus sonhos. Fiquei até um pouco constrangida de fazer tais pedidos, mas depois de ver o show do Barça sobre o inexistente Santos, me enchi de coragem. Neste natal e para 2012, meu querido Papai Noel, quero ver um futebol autêntico nos gramados do Brasil. Não vale me mandar aquelas imitações que já nos irritam há tantos anos, com jogadores que atuam burocratizados, tolhidos por técnicos que privilegiam o futebol força em detrimento do futebol arte. Quero Papai Noel ver de novo nos estádios times que praticam o verdadeiro futebol, como Santos de Pelé; o Botafogo de Garrincha e Gerson; O São Paulo de Raí; o Flamengo de Zico, Junior, Leandro, Adílio. Quero sim, Papai Noel, ver de volta aquele futebol da Seleção Brasileira de 82, sob a batuta de mestre Telê Santana, que não ganhou a Copa, mas encantou o mundo e é lembrada até hoje como uma das grandes seleções de todos os tempos. Quero viver novamente a emoção do gol que Pelé não fez contra o Uruguai na Copa de 70; do calcanhar de Sócrates, das arrancadas de Zico, da lavada que o Flamengo deu no Liverpool em 81, tal como o Barcelona fez contra o assustado Santos. Quero o nosso futebol de volta. Aquele que um dia já praticamos e nos tornou referência em todo o mundo, modelo para quem hoje dá as cartas e deixa todo mundo de queixo caído, talentos como Iniesta capaz de dar mais de cem passes e não errar nenhum. Quantos Messis existirão nos nossos campinhos, nas nossas categorias inferiores, ávidos por uma chance de mostrar o verdadeiro futebol brasileiro e não aquele que sai da cabeça de técnicos que engessam o jogo num quadro negro ou em tablets¿ Vou lhe dar uma ajudinha, Papai Noel: talvez o senhor encontre o que lhe peço se fizer as pessoas voltarem as atenções para o que vem da base dos clubes, tipo aquele lema do Flamengo, eternizado numa frase do jornalista Geraldo Mainenti “craque o Flamengo faz em casa”. Será que estou pedindo demais, Papai Noel ou será que esse nem é um presente novo, mas sim a recuperação do que um dia já foi um presente para os nossos olhos¿ Bom, Papai Noel, me despeço por aqui e na noite de natal tenho esperanças de ver surgir no meu sapatinho o renascimento do nosso futebol.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

BARRADOS NO BAILE

Cá pra nós. Um campeonato tão sensacional, considerado o melhor dos últimos tempos, em emoção, atuações, jogos memoráveis, gols belíssimos, tinha todo direito a uma festa de encerramento  a  altura do que os clubes e seus times apresentaram dentro das quatro linhas. Com todo respeito que tenho a todos os envolvidos na realização de um evento, que reúne a elite do futebol brasileiro, a festa em São Paulo conseguiu superar as já realizadas no Rio em termos de frieza. Foi um show de equívocos, alguns constrangedores. Bem, mas vamos falar da premiação, que aliás, era o objetivo maior do evento. Dedé , zagueiro do Vasco, foi coroado  como craque, porque a galera é justa.E Neymar o craque do brasileiro, sem surpresas, mas entre tantos premiados, achei que o troféu de melhor goleiro poderia ter sido dado para Fernando Prass, por atuações dignas dos grandes goleiros do mundo. Só pra citar uma defesa, aquela que ele fez num quase gol de Ronaldinho Gaúcho, no último jogo , foi um milagre. Jefferson, que lveou o premio,  teve altos e baixos durante o longo campeonato, diferente de Prass, que se manteve sempre muito bem. Outro troféu que causou estranheza foi o de melhor meia esquerda, para Ronaldinho Gáúcho. R10 teve algumas atuações fraquíssimas no brasileiro, especialmente nas últimas rodadas. Mostrou lampejos de craque em algumas partidas e, eu pergunto...será que ninguém foi melhor que ele¿ Mas tem um detalhe  que é o que mais incomoda:  receber o troféu de campeão num palco, diante de uma platéia black –tie, , me desculpem, mas não tem o menor sentido. Futebol é o momento, a emoção pulsando, suor escorrendo ,choro e gritos nas arquibancadas, abraços, desabafos, torcedores em êxtase, esperando a  hora de levantar o troféu, depois  de um ano de luta e a volta olímpica . Levantar a taça 24 horas depois do apito final é perder a chance de eternizar um gesto tradicional , consagrador, de entrar para a história.  E o torcedor que vai ao estádio o ano todo ver seu time, merece esse momento, tem o direito de ser testemunha, soltar o grito , curtir a taça. Mas nos últimos anos, por mais que ninguém arrede o pé do estádio, o grand finale não acontece e fica a sensação de que faltou o principal. Erguer a taça num teatro fechado para uma platéia vip  é o mesmo que uma escola de samba desfilar para um sambódromo vazio. Ano que vem os dirigentes bem que poderiam entregar a taça no campo e  repetir o gesto na festa. Seria mais justo com o torcedor.