sábado, 28 de agosto de 2010

QUANDO O FÍSICO FALA MAIS ALTO


Não basta ser craque. Tem que se manter em forma, driblar contusões, estar sempre pronto para entrar em campo, na quadra....inteiro.Ou seja, é preciso além de talento, ter a benção de um físico, uma musculatura, privilegiada. A semana foi marcada por várias notícias que lamentamos. Quando Paulo Henrique Ganso caiu em campo, se contorcendo em dores, confesso que meu coração disparou e pensei: Não! Não é possível que em plena explosão profissional, com lugar certo na seleção e um futuro financeiro garantido, seja aqui ou no exterior, uma contusão venha agora atrapalhar a trajetória desse novo ídolo. E nós, o que vamos fazer, sem Ganso pra ver às quartas e domingos? Que pena! E aí a gente pára pra pensar quantas vezes essa história já se repetiu no esporte brasileiro. O joelho também afastou Kaká dos gramados e fez ele jogar no sacrifício na Copa. Um pecado. Dizem até que a contusão pode abreviar a carreira dele. Seria só mais um no enredo do espetáculo do futebol. O roteiro passa pelos problemas físicos dos geniais Garrincha, Maria Esther Bueno e Gustavo Kuerten, o nosso Guga, que no fim de semana fez um jogo exibição contra um Kafelnikov, bem gorducho, e venceu. Mais do que o reencontro com a vitória, o jogo deixou a certeza de que, se aquele quadril permitisse, Guga iria muito mais longe, a nos presentear com exibições memoráveis. Infelizmente a contusão obrigou Guga a deixar o tênis competitivo muito cedo. Na despedida, o choro do tricampeão de Roland Garros, mostrava o quanto ele lamentava e sofria. E o físico é mais uma vez o vilão, quando Ronaldo Fenômeno anuncia que o fim está próximo. Na coletiva ele deixou claro que a contusão no púbis e o excesso de peso são obstáculos intransponíveis para continuar jogando. Tratar? Recuperar a forma? Ele sabe que não tem mais volta e sacramenta: "Não tenho mais 20 anos..."
Não há como ficar indiferente à despedida dele, assim como não foi fácil ver Guga pendurar a raquete e não está sendo tranquilo aceitar ver o Santos sem o maestro Ganso. Como consolo, fica a esperança de que os 20 anos dele o ajudem a se recuperar o mais rápido possível. Dois mil e onze tá aí pra Kaká, Ganso e pra tantos craques que esbarram na implacável marcação das contusões. Bola pra frente!

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